quarta-feira, 22 de julho de 2009

Our Day :}

— Você confia em mim, certo? – ela apertou minha mão com mais força. Lizzie podia ser pequena, baixinha. Mas nunca duvide da força que ela tinha. Suas mãozinhas tinha um aperto de aço, vou lhe contar - eu sou forte o bastante, Bia. Eu consigo sair dessa, ok?!
— É claro que eu confio – a fitei por um segundo, com os olhos já embaçados. Um segundo a mais e elas iriam transbordar. As lágrimas, quero dizer.
— Então – ela começou – Pare. Com. Isso. Agora. Mesmo. – sibilou ela, semicerrando os olhos.
— T-tá – funguei.
Ela enxugou as lágrimas que haviam caído, e, apertou os lábios formando uma linha rígida.
— Quer que eu... hm, busque algo?
— Eu ainda não estou morta. Só, hã, impossibilitada; mas do mesmo jeito, não. Ei não quero nada.
— Cale a boca, Liz.
— Essa é minha garota.
Nós duas rimos, como nos velhos – e bons – tempos.
Olhei minha amiga, ali, naquela cama de hospital. Fraca, porém forte. Pálida, porém corada. Em cacos, porém graciosa. Doente, porém, minha amiga.
Aquele quarto não parecia nada com Liz, tão... hospitalar. Sem cor, sem enfeites, sem vida – qual era o propósito? Ser igual quanto ao futuro de seus antigos habitantes? As paredes de um verde já desbotado, em alguns pontos, a pintura já estava mofada. A minúscula televisão. E aqueles aparelhos – para mim, assustadores – fazendo bips e ruídos que faziam um nó subir e descer em minha garganta.
Lizzie merecia um quarto melhor, francamente.
— Bia? – ela chamou, e, eu estremeci.
— Diga – consegui dizer, mesmo com os lábios entorpecidos.
— Me promete uma coisa? – ela falou com a voz na passando de um murmúrio, só eu seria capaz de escutá-la.
— Diga – repeti, ainda com os lábios entorpecidos.
— Se algo acontecer comigo, eu quero que saiba... – ela foi interrompida por mim mesma. Tampei sua boca seca, com minha mão trêmula, o mais cuidadosamente possível.
— Shiiiiu – fiz eu, olhando além da janela – literalmente.
Ela afastou minhas mãos, com um movimento fraco, mesmo tendo força, hm, digamos suficiente para isso. Mas, ela me derrotou só com o olhar. Por Deus.
— Se algo acontecer comigo, eu quero que saiba – tornou a repetir de modo suave – que nunca vou esquecê-la. Nunca. Por todos esses anos, você tem sido uma amiga tão perfeita para mim, você já é essencial para minha existência; sinceramente, não sei o que seria de mim sem você. Obrigado por tudo... Você merece tudo, e mais um pouco. E, desculpe se eu não sou... er, completa.
— Ah, Liz – afaguei seu rosto abatido.
— Me faltam palavras, amiga. Mas, resumindo, é isso – uma lágrima brotou em seus olhos. Ela se reconfortou em minha mão.
Eu também, de repente, estava aos prantos. É, isso mesmo: aos prantos.
Eu não conseguia falar nada, por isso não falei.
— Eu te amo – ela finalizou, soltando uma lufada de ar.
— Amo... você, t-também – murmurei entre os soluços.
E, então, eu senti. Ela se fora.
Olhei incrédula para seus olhos e para seu corpo flácido, procurando desesperadamente algum sinal vital.
Nada.
Me levantei, meio tonta, escancarei a porta, e, gritei o mais alto possível por uma enfermeira. Voltei para perto de Liz, e, tudo que quebrava o silêncio mórbido daquele lugar era o Piii dos aparelhos mostruosos. Uma dor terrível se apoderou de todos os meus músculos. Tive de me lembrar de como se respira.
As lágrimas banhavam meu rosto, e, o cabelo todo colado por ali, me impedia de ver o rosto de minha amiga.
Por que a enfermeira demorava tanto?! Meu Deus!
Soltei um gemido mais forte desta vez. E mais agudo.
Ouvi passos apressados, e, me aproximei do corpo de Liz.
— Estou aqui – sussurrei ao pé do seu ouvido, mesmo sabendo que ele não estava ouvindo – para sempre.
Finalmente – finalmente! – chegaram o batalhão de branco.
Eles me empurraram para fora dali – simplesmente me enxotaram – e eu sentei em alguma coisa, sem me importar com nada, me agarrava ao meu terço freneticamente.

30 minutos. 40.
O silêncio era mais ensurdecedor que nunca, e, o tempo simplesmente não passava.
A porta se abriu e, eu pulei para a pessoa que havia saído de lá. Infelizmente não fecharam a porta o quão rápido necessário e eu vi. Vi Liz lá, ainda imóvel e lívida.
Nada mais fazia sentido ali. A lei da gravidade também não, e então, eu só vi a escuridão. Sua idiota egoísta.
— O que... ela vai ficar bem? – forcei meu corpo a dizer antes de perder completamente os sentidos.
— Ela vai ficar bem sim. Uma parada cardíaca, um susto muito grande. Porém, nada de risco de vida. Você foi rápida, garota – ouvi o médico esclarecer – agora fique calma, querida – disse ele em tom afável. E eu aceitei a dica. Ela ficaria bem.
Meses depois, ali estávamos nós, rindo, comendo cheesebúrgueres, soltando coca-cola pelo nariz, jogando conversa fora, passeando no shopping, fofocando pelo MSN, enlouquecendo nossos pais, telefonando uma para outra, pulando, saindo, se divertindo, paquerando, namorando, comprando coisas inúteis, falando bobagens, curtindo.
Vivendo, afinal. Uma vida "à la dua".
Uma palavra. Um sentimento. Duas almas, depois disso, um só coração.

-

Gente, sei lá, mas eu sei que o começo disso ficou bem melancólico, então, resolvi deixar o final bem feliz e pá. Não sei se vocês gostaram, já que não ficou lá essas coisas :P

Enfim, dedico as minhas amigas (virtuais também! acho que principalmente, é uma conecção incrível, vocês precisam ver *-*), aos meus amigos. A todos que merecem :B

Feliz Dia Dos Amigos!

/atrasado, mas revele, o que vale é a intenção, não é mesmo? .-.

Ah, muuuuuito obrigado pelos comentários. Estou amando todos :) a visita e a opinião de vocês é super-importante para esse (como diz a Cary) humilde blog :D continuem comentando, viu?! Eu retribuo a visitinha sim, pode até demorar, mas retribuo com certeza. Se não, é porq algo terrível aconteceu ou simplesmente porque dá erro e eu não consigo comentar D: isso mesmo, não consigo!

Bom, é isso aí.

beijos, M. :*

6 opiniões:

Kami Mathielo disse...

Ameei a históooria, liinda meesmo, acheei até que a menina tinha morrido o.O
paoskapkspaokspak¹¹
Maaais heein, afinal pq ela tava no hospitaal?!
Feliz dia do amigo p/ vc tbm!
Beeijos
kaaah!
PS: primeira a comentaaar Uhuuul (L)
Te love miiga

Gabi disse...

Ain, amei o texto *-* ... você que escreve bem! Superbem! E sim, eu acho que sou normal hehehehe...

Bom, o Tudo de Blog é um concurso... você tem que inscrever seu blog. As próximas inscrições serão no ínicio do ano que vem, certo? É só ficar de olho na revista ou no site que eles divulgam. Os melhores blogs são selecionados, quem sabe você não entra para nossa turma também?

;)

Jamylle disse...

Oiee, tem um selo pra vc lá no meu blog.

http://pensandoajamylleescreve.blogspot.com/2009/07/selos.html

Pega lá tá?

;DD

Tatiane Dutra disse...

Mari não se preocupe, as vzs eu demoro pra responder tbm, aí qndo vejo as pessoas postaram um monte e eu nem retribuí...Mas enfim...seu texto é muito lindo, eu tbm achei q a menina morria, minha mãe teve uma amiga q faleceu aos quinze anos. "Olhei minha amiga, ali, naquela cama de hospital. Fraca, porém forte. Pálida, porém corada. Em cacos, porém graciosa. Doente, porém, minha amiga" essa parte do texto me lembra o jeito de como ela me contou q a menina estava...ficou lindo...ainda bem q vc deu um final feliz para essa história.=D
Adorei o lay do seu blog =*
beijoss

Revista Zezzé disse...

Marii Linda *-*
Amei o final .. vc escreve super bem ..
Ameei msm fofa...
Seu blog ta lindo,
Amo vc !
Saudades ;(

Beijoos :*

Maria Carolina disse...

aaaaaaaaaaah, viu como não fui só eu que gostei do seu lay?! *---*
aaah, como sempre adorei esse texto e realmente você me enganou: é, eu pensei qeu ela tinha morrido .-. aaaaaaaaaaah garotinha, feliz dia do amigo *-*
te amo (L'

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