— Ei, você está em estado de transe ou o quê? - ouvi meu irmão mais novo grunhir para mim.
Eu o ignorei, piscando algumas vezes.
— Coma esta torrada antes que a pegue de você - ele fez uma careta, enquanto eu arqueava minha sombrancelha recém-feita.
— Você que sabe - ele por fim concluiu, saindo da sala e me deixando ali, com a televisão ligada - mesmo eu não prestando muita atenção -, ouvindo os cachorros uivarem para lua ou brigarem por algum resto no lixo, você sabe.
— Você que sabe - ele por fim concluiu, saindo da sala e me deixando ali, com a televisão ligada - mesmo eu não prestando muita atenção -, ouvindo os cachorros uivarem para lua ou brigarem por algum resto no lixo, você sabe.
Sentia que algo iria acontecer, meu coração, meu corpo, minha mente e minha alma pareciam estar se preparando para alguma coisa até então que eu desconhecia.
De repente, o cômodo se encheu de um som estridente. Instantaneamente agarrei freneticamente a barra de meu vestido floral e esfarelei minha torrada, deixando-a colada em minha mão ainda trêmula. A campainha.
Levantei, ainda meio grogue, passei pela cozinha e limpei aquela sujeira de minha mão. Depois parei em frente a porta e, sem olhar no olho-mágico, pousei minha mão lívida na massaneta, e, como um impulso, escancarei-a. A luz do sol cortou o escuro confortável de minha casa, e isso me feriu os olhos, e por um instante, estava cega. Mas não precisava mesmo de enxergar para ver quem estava ali. Joe, seu cabelo impecável e sua jaqueta de motoqueiro.
— Oi - ouvi sua voz grave soar em direção a mim, e quando minha visão voltou, percebi que seus olhos estavam cravados em mim, esperando uma reação.
— Oi - respondi, repuxando os cantos dos lábios.
— Oi - ouvi sua voz grave soar em direção a mim, e quando minha visão voltou, percebi que seus olhos estavam cravados em mim, esperando uma reação.
— Oi - respondi, repuxando os cantos dos lábios.
Ah meu deus, o que ele estava fazendo aqui?
— Você esqueceu isso - e foi aí que notei uma minúsculo pacote em sua mão.
— Ahn, mas eu não .. - minha voz agoniada era aguda demais, e eu ouvia meu coração martelar em meu ouvido.
— Você esqueceu isso - e foi aí que notei uma minúsculo pacote em sua mão.
— Ahn, mas eu não .. - minha voz agoniada era aguda demais, e eu ouvia meu coração martelar em meu ouvido.
— Sim, esqueceu - sibilou para mim, me interrompendo e depois fez um gesto, incentivando-me a pegar o pequeno embrulho preto com um delicado laço prateado. Eu o fiz, tomei de suas mãos o embrulho, quero dizer.
— Abra, afinal, é seu - ele abriu um sorriso enigmático.
— Joe, não faça isso comigo. - e então eu saquei. Não havia esquecido, mas haveria de lembrar o que tinha deixado para trás todos esses anos desde aquele dezembro. O dezembro de nossas vidas. Todos esses anos Joe e eu vivemos de um beijo, um beijo adoçicado com as lembranças de um destino salpicado com irreverência, um beijo caloroso de dezembro. Estranhamente todos esses anos essas lembranças permaneceram em alguma parte de nossos corações esse tempo todo, só esperando, adormecidas, algum sinal para que possam explodir para o mundo exterior. Todo esse tempo Joe e eu vínhamos teimando em fingir ser coisas que na verdade não éramos. Ou melhor, teimando fingir não ser coisas que sempre fomos. Sempre, desde aquele beijo, ele não saia de minha mente. Mas, simplesmente devíamos esquecer, e então o tempo nos forçou a isso. E todo dia eu tinha de acordar sabendo que iria vê-lo, mas tudo o que eu quisera sempre fazer, não poderia, pois estaríamos separados pelas barreiras que todo esse tempo, e todas as pessoas-influenciadoras ergueram. E agora, estranhamente, ele queria derruba-las.
— Está na hora de se lembrar. - e então ele abriu a caixinha para mim, revelando lá dentro, um anel, prateado, cintilante e que parecia estar sorrindo para mim.
— Eu nunca me esqueci - minha visão embaçada procurava pela sua boca.
— Eu também não - ele sussurrou de volta, afagando meu rosto e com a outra mão enlaçando minha cintura. - agora me prometa que nunca mais vai ouvi-los.
— Eu lhe prometo, de coração. - com a respiração acelerada, consegui soltar entredentes.
— Abra, afinal, é seu - ele abriu um sorriso enigmático.
— Joe, não faça isso comigo. - e então eu saquei. Não havia esquecido, mas haveria de lembrar o que tinha deixado para trás todos esses anos desde aquele dezembro. O dezembro de nossas vidas. Todos esses anos Joe e eu vivemos de um beijo, um beijo adoçicado com as lembranças de um destino salpicado com irreverência, um beijo caloroso de dezembro. Estranhamente todos esses anos essas lembranças permaneceram em alguma parte de nossos corações esse tempo todo, só esperando, adormecidas, algum sinal para que possam explodir para o mundo exterior. Todo esse tempo Joe e eu vínhamos teimando em fingir ser coisas que na verdade não éramos. Ou melhor, teimando fingir não ser coisas que sempre fomos. Sempre, desde aquele beijo, ele não saia de minha mente. Mas, simplesmente devíamos esquecer, e então o tempo nos forçou a isso. E todo dia eu tinha de acordar sabendo que iria vê-lo, mas tudo o que eu quisera sempre fazer, não poderia, pois estaríamos separados pelas barreiras que todo esse tempo, e todas as pessoas-influenciadoras ergueram. E agora, estranhamente, ele queria derruba-las.
— Está na hora de se lembrar. - e então ele abriu a caixinha para mim, revelando lá dentro, um anel, prateado, cintilante e que parecia estar sorrindo para mim.
— Eu nunca me esqueci - minha visão embaçada procurava pela sua boca.
— Eu também não - ele sussurrou de volta, afagando meu rosto e com a outra mão enlaçando minha cintura. - agora me prometa que nunca mais vai ouvi-los.
— Eu lhe prometo, de coração. - com a respiração acelerada, consegui soltar entredentes.
E então ele trouxe de volta para minha vida todo aquele turbilhão de coisas que a anos queria lembrar, mas a única coisa que sobrara foram vagas lembranças em minha boca do doce de seu beijo, mas que agora, ardiam de volta para mim.
— Me faça lembrar - bufei, o fitando.
— Não - ele sorriu - vou lhe fazer nunca esquecer.
— Me faça lembrar - bufei, o fitando.
— Não - ele sorriu - vou lhe fazer nunca esquecer.
Mas então, subitamente algo aconteceu e ele se afastou de mim, me deixando intacta ali, na porta de minha casa. Ele desapareceu, arracando-me suspiros, mas antes que eu pudesse cair em lágrimas ele emergiu de novo, com algo que eu reconhecia bem em sua mão. Seu violão. O violão, o qual usou no dezembro em que nos beijamos. Magicamente, começou uma neve cair levemente.
E então, numa voz realmente, realmente angelical, ele começou a cantarolar:
Don't surrender,surrender,surrender
Please remember,remember december
We were so in love back then
Now you're listening
To what they say
Don't go that way
Remember,remember,december
Please remember ♪ .
Don't surrender,surrender,surrender
Please remember,remember december
We were so in love back then
Now you're listening
To what they say
Don't go that way
Remember,remember,december
Please remember ♪ .
A neve caindo, e eu ali, sentindo, que de uma vez por todas, definitivamente essas lembranças nunca mais iriam sair de mim. E quer saber? eu não queria mesmo que elas saíssem. Está eternizado! *-*
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gente, título do texto e a música do final by Demi Lovato, é tão linda! *-* bom, espero realmente que vocês gostem, agradeço a todas que vêm aqui e apreciam minha humilde escrita, haha.
Queria mandar um beijo meeega-especial para Day, a melhor escritora de todas e minha amiga liiiinda; Laís, a prima mais perfeita; Indie, minha diva mais fofa, humilde e que está sempre do meu lado; Mari, que nunca me abandona mesmo eu sendo insuportável; Mi, irmã über e para kamilinha, que também sempre tá aqui. :* meninas, amo vocês! s2 e obrigada por tudo, de verdade.
beijos e bom fim de semaaaana! õ/ mari (: