quinta-feira, 27 de maio de 2010

correspondências ;


Estavam todas em cima de minha cama; pareciam estar gritando para mim.

O conteúdo jamais revelado me causava séries de calafrios que pareciam mandar tremores para minha espinha. Um envelope me impedia de descobrir qual rumo minha vida levaria agora, nunca conseguiria explicar o que eu estava sentindo naquele momento, o que estava me impedindo de voar naquelas cartas e abri-las com uma voracidade inescrúpulosa? Talvez o medo de que, por alguma ventura, o que tinha escrito ali, era, de alguma forma, me afastando do que eu sempre quis.
Ele me escrevia de Amsterdã, estávamos separados não só por um oceano, mas sim por nossos desencontros, todas essas brigas, nos levaram a nos separar, e agora deveríamos resolver tudo assim .. a distância. O que poderia haver naquelas cartas que me causavam tanto tremores? O fato do amor da minha vida estar em Amsterdã e poder ter escrito pra mim que não iria mais voltar e que nossos desentendimentos o levou a isso?
Parece sem nexo uma pessoa fugir para um outro país porque brigou com a sua namorada, mas incrivelmente foi isso que aconteceu. E, a cada vez que o carteiro passava em minha casa, mais meu coração ficava apertado, querendo gritar por ele. E eu juntei-as, guardei-as na gaveta, e agora tinha de abrir pois ele esperava resposta.
O medo tomava conta de mim, eu tinha quase a certeza de que ele diria que ficaria por lá, por Amsterdã, pra me esquecer, para se purificar de todos os males que eu o fiz passar. Mais cedo ou mais tarde eu teria de abri-las, então me debrucei e abri todas, de uma só vez. Mas pareciam ser as mesmas, porque todas diziam somente:
Você é o amor de minha vida, aqui ou em qualquer outro lugar do mundo será somente você que tomará conta de meu coração. Eu sei que errei, eu sei que você errou, eu sei que erramos; mas errar é humano, porém meu amor por você é sobrenatural, por isso preciso de que você volte. Vem ser feliz aqui, comigo?
Eu te amo,
todo meu amor, do teu (até então) amado. ♥
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Eu achei meio sem sentido e idiotinha ;/ mas fazia tempo que eu não postava e a continuação da história está em um caderno perdido, hauhauahau :O mas eu sei que está dentro do meu quarto ok! então quando achar eu digito e posto sem falta *-* (y' desculpem a demora, o IFES está tomando conta de mim .-. eu preciso passar, hihi.
Eu amo vocês, obrigada pelos comentários, pelo carinho .. s2

domingo, 9 de maio de 2010

Another Day


And if you listen to me: I miss you
And if you hear me now: I need you
Where did you go cause you’re not gone
Everyone knows that something is wrong
The wires were cut and im alone (8)'


Eu repetia para mim mesma que estava tudo perfeito, que ele me amava e não me deixaria. Agora, jogada em minha cama com dois quilos de chocolate dentro da barriga e nenhuma lágrima mais para chorar, eu me pergunto: o que adiantou eu me assegurar que tudo estava tão lindo e não fazer nada? Ao meu ver, éramos perfeitos e nada aconteceria, ele me amava afinal - era o que eu pensava.
Todo esse tempo me assegurando que você era só meu, todo esse tempo sonhando com a nossa história, todo esse tempo torçendo pra que você estivesse do meu lado, todo esse tempo rindo e chorando contigo e por ti. Foi quase a mesma sensação que tive quando me contaram que, na verdade, papai noel, coelhinho da páscoa e fada dos dentes não existem. "Não dá mais para mim, desculpe. Estou com ela agora, é pra valer, e não me procure". Eu queria acreditar que ele estivesse brincando, e que aquilo que ele acabara de dizer - que me doeu tanto por sinal - era coisa da minha imaginação. Eu não quis acreditar nas coisas que as pessoas de fora me diziam, eu preferi deixar com que minha visão maquiasse nosso amor. "Você não é a única", as pessoas me diziam, e eu, com um largo sorriso respondia que confiava total e completamente nele, de olhos fechados eu sabia que nosso lance era pra valer. Agora, sozinha e derrotada, eu me pergunto:
Pra que tudo isso?
E, de repente, tudo me lembrava ele, como naqueles filmes de romance, drama ou o que você preferir; a imagem de seu sorriso insistia em martelar em minha mente, a sua voz, soava em meus ouvidos provocando um eco tremendamente apavorante; eu queria gritar. E fugir.
Então foi isso que eu fiz. Fugir, quero dizer. Com a mesma calça jeans, com a mesma velha camiseta, peguei um casaco, uns 20 reais e a nossa foto do porta retrato de minha cabeceira. Não deixei cartinha, nem me despedi de Bricks - minha cadelinha linda *-* -, simplesmente abri a porta de casa e saí. Eu não sabia exatamente para onde estava indo, só sabia que seria pra bem longe dali. E realmente esperava que a distância me separasse das lembranças, me fizesse esquecer ele .. ou simplesmente me livrasse da dor de não tê-lo mais, mesmo que nem seje só pra mim - pelo menos eu o tinha.
Eu me sentia sozinha, e, dessa vez sabia que não estava sendo enganada pelo meu eu, sabia que estava de verdade jogada nesse mundo, sem ninguém ao meu lado. Minhas pernas doíam, minha garganta estava seca, e meus olhos inchados de tanto chorar. Sentei na berada de uma calçada qualquer e abraçei meus joelhos, cabisbaixa fazendo mais perguntas e não obtendo nenhuma resposta, era mais que o fim do mundo, era o fim do m-e-u mundo, de modo que ninguém poderia me resgatar. O vento soprava forte, chicoteando meu cabelo contra meu rosto, fazndo com que eu sentisse vontade de voltar para casa, para a vida velha, para a condenação. Eu esperava que eu estivesse com ódio dele, com desejo que ele fosse enviado para a danação eterna .. mas não. Eu ainda o queria, ainda o desejava, ainda o amava. Infelizmente, acredite. Agora eu tentava colocar em minha cabeça que isso fazia parte de uma vida passada, e tentava me convencer de que não importa o quão seje escura a madrugada, uma hora, amanhecerá .. Que depois das nuvens negras, sempre tem um céu azul; mas parecia cada vez mais impossível aceitar a idéia de que já era um outro dia para ele, e que consequentemente eu teria de conviver com esse rasgo em meu coração. É tão difícil perceber o quão é incondicional o que eu sinto? Não sou nada sem você, afinal.

Um turbilhão de coisas vagava em minha mente, mas eu as ignorei, comprimi meus joelhos contra minha barriga vazia, apertei bem forte os olhos e fiquei ali, torçendo para que quando eu os abrisse fosse um novo dia.
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[CONTINUAÇÃO NO PRÓXIMO POST!]
feliz dia das mães gnt *-* esse ser tão especial, que não só nos dá a vida, mas como dá a vida delas por nós também. (: mãe, eu te amo! ♥