Tudo parecia tão estranho, tão... anormal, ali na quase-escuridão. Eu não reconhecia quase nada que estava ali.
Levantei, meia zonza ainda, e, me direcionei, cambaleando até de onde saia a luz.
Era uma janelinha, e a luz, escapava entre os dois pedaços de veludo, pesados e cor-de-vinho, com rendinhas douradas nas pontas.
Pousei minhas mãos nelas, e, as puxei, revelando, lá fora, um lugar estranho. Olhei para o que suspeitava que fosse meu quarto.
Eu não me lembrava dessa cortina. Nem de quase nada que estava ali.
Passei o olho vagarosamente por aquele cômodo e tinha uns pôsteres daquelas Pin-Ups Girls e, tudo meio, hm, medieval.
De repente, olhei para aquele imenso dossel – aquilo era mesmo a minha cama? –, e lá, para o meu incrível e completo espanto – e desespero –, tinha um cara. Sim, um cara. E, que, só para constar: parecia bem gato. Pelo menos embaixo de todas aquelas cobertas fofinhas e rendosas.
Eu contive um grito na garganta e, cheguei mais perto, para olhar o indivíduo. Dei alguns passos cuidadosos e, de repente, estava ali, vendo os músculos abdominais de um cara – que eu nunca vi, por sinal – subindo e descendo, subindo e descendo, no que, supostamente, seria minha cama. Se minha mãe visse isso ela ia pirar, literalmente. Ainda mais quando o cara que está na cama da sua filha é um gato.
Eu fiquei examinando o cara ali, por uns, o quê? Acho que uns por uns três minutos inteiros. Depois, resolvi que, se o cara estava ali, na minha cama, eu deveria conhece-lo, de alguma forma. Então cheguei mais perto, a ponto de ouvir sua respiração, diferentemente da minha, que estava totalmente acelerada em uma hora dessas.
Depois de alguns segundos encarando o cara com uns 15 cm de distância, ele abriu os olhos. E me puxou para si.
Eu caí na cama – ou melhor, em cima do cara – e ele murmurou algo parecido com mi hermosa, ou estava muito viciada em Meg Cabot.
Eu rolei para o seu lado e caí no chão, duro e gélido.
— O que aconteceu? – uma voz grave, profunda e sedosa encheu aquele quartinho.
— Er, nada – respondi, cautelosa.
Me levantei, e, fique encarando o sujeito. De novo. Eu não me lembrava dele, mas, algo me dizia que eu o conhecia, de algum lugar.
— Sente aqui, sim? – ele pediu, e, vou lhe dizer: não tinha como recusar aquele pedido. Sentei-me do seu lado – ele já estava sentado.
Conversamos horas a fio, eu dando alguns ataques de não-me-lembro-disso e ele rindo da minha cara. Tinha razão, eu o conhecia. Mas ainda não sabia da onde eu o conhecia. Esse era o problema.
A conversa aos poucos, fluía, e ele nem estava tentando me agarrar, igual fez da última vez. Mas, como eu não consigo segurar essa minha boca, logo mandei:
— Mas, e aí, o que você faz por aqui?
— Somos casados, não lembra?! – isso me soava um tanto quanto não-sei-de-nada ou contos-de-blog.
não foi por acaso que a minha voz saiu meio embargada quando respondi:
— C-casados?
— Não lembra? – ele repetiu.
E se levantou, direcionou-se para uma cômoda, e, trouxe para a enorme cama um álbum pequenininho, com uma capa de couro, e amarrado com uma fitinha.
— Aqui – ele me deu o álbum.
Puxei cuidadosamente a fitinha que o envolvia, e, o abri. Lá tinha um monte de fotos. Polaroides, quero dizer.
De uma garota, formosa, com espartilho – ou corset? –, vestindo um vestido longo e branco e um cara, com um terno e um cravo na capela. Era ele! O sujeito que estava ali, agora, comigo. E aquela moça, elegante, seria eu?!
Quando eu fechei o álbum delicado, e, me virei, temendo o que aquele cara iria fazer...
Então, me levantei, e, me olhei no espelho enorme, do lado da cama.
Vi o meu reflexo, só que uns anos mais velha e, vestida para uma festa á fantasia da Idade Média ou algo do tipo.
Voltei para seu lado, e, finalmente, ele encostou a ponta de seu nariz no meu. E me beijou, profundamente.
Fechei os olhos, e, de repente, em um ressalto, eu sabia onde estava, quem eu era, e, principalmente quem aquele cara era.
Era o meu príncipe, e, eu, era uma donzela. Que, agora se lembrava de tudo.
E daí que eu estava na Idade Média? E daí que ainda não existia Internet e Shoppings Centers? E daí que eu deveria estar coberta de anáguas, rendas e espartilhos pelo resto dos dias?
Eu estava do lado do meu grande sonho de amor, afinal.
- Pauta para o Blorkutando *-*
10 opiniões:
Muito gamante, Mari! Histórias de amor são tudo *-* Alguém me dá um sonho desses com um latino que fala "Mi hermosa" por favor? UASIOUIOSAUASIOAUSIOSA. Jesse para sempre <3
Está lindo o blog amr *-*
Beijo beijo,
Loveya. :*
Sem shoppings, sem celulares, sem cobertura da morte do Michael Jackson na TV e ainda vivendo um grande amor?
vc estava no paraíso.
bj
ooooooooooooun menina, você escreve muuuuito bem PARABÉNS *---* nossa, suas histórias são gamantes e eu simpesmente amei esse texto, ficou mara ao quadrado garota :D
[http://colunadacary.zip.net]
Uaau, ficou MARAA. Agora fiquei sem chances... hehe. Parabéns!
Ficou ótimo, você compreendeu bem o tema, e com uma história desta quem precisa das modernidades, ficaria satisfeita em viver sem tudo isso com uma bela e sincera história de amor.
http://yas.carly.zip.net/
Oi!
Isso quer dizer que, mesmo em qualquer lugar, um grande amor já é tudo!
Euu gostei muuito! Também sou fã a Taylor Swift -fiquei escutando as músicas no blog-.
Bjus
Mariiie
Muuuuito linda a históóória!!!
Me ensina como fazer um blog iguaal ao seeeu!
Beeeijos
Kaah
Que liiiiiiindo! Só não sei se eu ficaria conversando esse tempo todo com um gato desses na minha cama... rsrsrss ;)
Adorei, muito divertido de ler...
lindo,nem consegui tirar a olhos da tela.
amei..
bj,mari
http://amoresesuspiros.blogspot.com
Que Lindo seu texto! :)
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